Quem dorme com fome não sonha…

Eeeeita que demorou mas saiu… 🙃 confesso, ideias de assuntos para o blog não faltam… ocorre que nem só de blog eu vivo… 🤷‍♀️ aliás, o próximo assunto já está borbulhando na minha cabeça e será sobre mobilidade urbana aérea! já pensou, sair voando por aí??

Mas, vamos ao assunto de hoje…

Há alguns (vários) anos atrás trabalhei com uma moça que veio do Nordeste para São Paulo. Como trabalhávamos juntas, passávamos várias horas juntas e conversávamos sobre vários assuntos.

Uma vez, ela me contou que quando criança fazia ‘bolinho de barro’ para comer, porque sua família não tinha dinheiro para comprar alimentos… Esse foi um dos motivos que a fez mudar-se para São Paulo. Segundo ela, aqui (Estado de São Paulo) as coisas são bem mais fáceis porque, pelo menos, existem oportunidades.

Nunca me esqueci do relato dela… em geral, sou uma pessoa que tende a se modificar, em alguma medida, com as experiências dos outros…

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Às vezes, a gente se acostuma tanto com a nossa ‘zona de conforto’ que não conseguimos ver nem perceber as facilidades que temos…

No entanto, o objetivo deste post, na verdade, é falar sobre a liberdade que, de fato, temos no mundo contemporâneo. Conforme disse Amartya Sen, um autor indiano,

O mundo atual nega liberdades elementares a um grande número de pessoas – talvez até mesmo à maioria.

Às vezes, a ausência de liberdades substantivas relaciona-se diretamente com a pobreza econômica, que rouba das pessoas a liberdade de saciar a fome, de obter uma nutrição satisfatória ou remédios para doenças tratáveis, a oportunidade de vestir-se ou morar de modo apropriado, de ter acesso a água tratada ou saneamento básico.

Em outros casos, a privação de liberdades vincula-se estreitamente à carência de serviços públicos e assistência social, como por exemplo a ausência de programas epidemiológicos, de um sistema bem planejado de assistência médica e educação ou de instituições eficazes para a manutenção da paz e da ordem local.

Em outros casos, a violação da liberdade resulta diretamente de uma negação de liberdades políticas e civis por regimes autoritários e de restrições impostas à liberdade de participar da vida social, política e econômica da comunidade.

Confesso, sou uma pessoa que se impressiona fácil. Fico em choque com muitas coisas que, muitas vezes, são tidas como ‘normais’… Por exemplo, ter que se mudar do Nordeste para o Sudeste porque aqui existe, ao menos, oportunidade de trabalho…

Euclides da Cunha, em 1902, já descrevia a situação de fome no sertão brasileiro em seu livro Os Sertões. Mais de 100 anos depois, o tema da fome vive, como se fosse um fantasma que assombra o mundo que desenvolve armamentos para uma possível guerra nuclear

Só se esforçar, eles dizem. Meritocracia! Você não tem mérito no que faz?

E se a pessoa não alcança certo status ou a riqueza esperada, ela é tida como fracassada. Como se o sucesso dependesse só dela, exclusivamente! E, talvez, até seja…

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… embora, eu considero que seja uma verdade pela metade.

Se uma criança não tem a quantidade mínima de certos nutrientes, ela não tem como desenvolver plenamente todas as suas capacidades intelectivas. Por consequência, quando chega à idade adulta, se chega, não é um adulto pleno, com capacidades desenvolvidas para tomada de decisões.

Existem circunstância que são mais fortes que a gente… e não me entenda determinista, seja em que sentido for… só chamo atenção para o fato de que, não raras vezes, acabamos limitados por muito motivos, como a condição financeira; outras vezes, por travas emocionais, até por contexto pandêmico nesse último ano…

Mas claro. Nem todes pensam ou sentem assim, enfim… Este texto é mais uma expressão de minha inquietude acerca das contradições que formam a realidade do Planeta no qual vivemos. Porque o mundo de cada um é limitado à nossa própria visão e percepção de nós mesmos…

Nada de refletir sobre Meio Ambiente hoje. Embora, valha a pena registrar aqui que o ‘b’ de boiada é do atual governo do Brasil. Espero voltar em breve, refletindo sobre mobilidade urbana aérea 🛸

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Publicado por

Daniela

Bacharela em Ciências (Sociais) e Humanidades pela UFABC. Em 2013 concluí curso técnico em Meio Ambiente pelo SENAC e me apaixonei pela área. Desde quando voltei a estudar (2018), descobri que amo fazer mapas e tive oportunidade de trabalhar com geoprocessamento durante todo o período da minha graduação. O Reciclarte é uma síntese dos pensamentos que passam pela minha cabeça, já que sou praticamente um repositório ambulante de ideias...🤯

2 comentários em “Quem dorme com fome não sonha…”

  1. Parabéns Daniela pelo texto… e digo o quanto lamentável é, esse caminho trilhado pela humanidade, que segue sendo conduzida por certos grupos econômicos, que detém a hegemonia da informação e da opinião pública.
    A crescente onda da fome que assolam vidas mundo afora, se agravou com essa Pandemia.
    Temos mudanças nas relações de trabalho, onde muitos postos de trabalho, foram fechados devido a automatização, a inteligência artificial, tudo isso agrava ainda mais esse problema, que tem que ser solucionado urgentemente.

    1. Que comentário pertinente, Denilson!! Você tem toda razão.. precisamos repensar, ‘revalorar’, o sentido da vida e das nossas relações, sejam elas trabalhistas ou não..
      Muitíssimo obrigada pela presença! Fico muito feliz em saber que o texto gera, em certa medida, esse tipo de reflexão… 😉

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