Este post trata de uma experiência pessoal, além, é claro, do conteúdo informativo… Em 2017 fiz cursinho para prestar os vestibulares e foi uma experiência muito boa; muitos estudos, ansiedade, expectativas e deu tudo certo! 🥰
Na época, tivemos a oportunidade de visitar a Aldeia Krukutu no extremo sul da cidade de São Paulo, fronteira com São Bernardo do Campo, no ABC Paulista! Isso mesmo! Existe uma aldeia indígena na região metropolitana de SP e é sobre isso que pretendo te contar hoje…
Fotos de acervo pessoal. Um obrigada especial a Aline Viana da Silva que, tão gentilmente, compartilhou comigo algumas de suas fotos da visita à aldeia.
Foi uma experiência muito marcante para mim… eu não imaginava, na verdade, nem passava pela minha cabeça como poderia ser a vida numa aldeia, ainda mais em São Paulo. Quando pensava em ‘índios’, pensava na Amazônia e outros lugares remotos, quando eu soube que havia uma aldeia bem ‘aqui, pertinho de mim’ (estou em Santo André, no ABC Paulista), eu quase nem acreditei… 😮
O caminho para a aldeia já parecia que não era SP… estou acostumada com a urbanização, aquele caos que conhecemos bem (ou não) e lá, em Parelheiros, as coisas são bem diferentes do que estou acostumada. Não foi difícil perceber que um ‘lugar remoto’ não é exatamente um lugar longe mas, sim, um lugar distante nos hábitos, nas crenças, nas interpretações que se faz do mundo ao redor de si e da natureza.
Temos a tendência de olhar pro Outro como se ele fosse uma extensão de nós, como se ele não tivesse sua própria subjetividade constituinte. A vida que valoramos, geralmente, é a vida daquele nosso semelhante. O outro desconhecido parece que não vale o mesmo…
E assim, o que desconhecemos se torna não valioso…
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Mas o fato de desconhecer não significa que não seja valioso. Uma vez eu li um livro e o autor dizia: ‘imagina uma ilha, essa ilha é a ilha do conhecido; ela tem uma borda, o oceano do desconhecido. quanto mais você aumenta a sua ilha do conhecido, maior fica borda do oceano do desconhecido. é sempre proporcional’. Essa ideia impregnou em mim. Não me lembro mais de que livro foi, nem o autor, nada… mas fica aí a reflexão.
A vida se desdobra de muitas formas. Existem muitas maneiras que nós desconhecemos de encarar a vida. Mas isso não significa que não sejam legítimas, vívidas e o mais importante, importante para alguém. Um outro para nós…
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Somos ensinados que o Brasil foi descoberto em 1500 e, em geral, não somos educados a pensar criticamente essa dita ‘descoberta do Brasil’. Aliás, nem nos falam (ou não falavam na minha época) que, na verdade, a terra de chegada dos viajantes portugueses era Pindorama, nome dados pelos povos nativos 😕
O marco temporal, pauta em evidência nos últimos tempos, mostra o quanto os interesses econômicos se sobrepõe a direitos originários; e também expõe a habilidade em se fazer Senhor dos outros, mesmo que os Outros sejam em si mesmo alguém que o senhor desconhece. E ainda há quem questione os ‘direitos humanos’.
Uma vez eu li/ouvi que as regras existem porque falta bom senso! De fato! Jamais esquecido!
Voltando à aldeia Krukutu, foi de lá que saiu o primeiro rapper solo indígena do Brasil:
Legenda em português disponível no vídeo.
E se você quiser saber um pouco mais sobre as sociedades indígenas brasileiras, seguem algumas recomendações: Sustentabilidade nas sociedades indígenas brasileiras; Terra Indígena Tenondé Porã; Etnias indígenas.
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⬇️ Até a próxima reflexão…