Voltando a estudar…

Já repeti essa história tantas vezes que decidi escrever no blog 🙃 na página 2, leia sobre as cores do céu – assunto fruto da interdisciplinaridade da UFABC.

Quando eu decidi voltar a estudar, eu fui fazer cursinho pensando em prestar engenharia, mas detesto fazer contas… sentia um peso só de pensar nas contas que uma engenharia me proporcionaria 🥺

Aí, o prof. de geografia do cursinho disse que o bacharel em geografia poderia trabalhar com meio ambiente (que era o que eu queria) e mapear recursos naturais… achei aquela ideia incrível 💡 até então, eu nem sabia que existia uma grande área chamada ciências sociais aplicadas!

Entre tantas opções disponíveis, acabei escolhendo geografia na UNESP Rio Claro, o bacharelado e a licenciatura, e no SISU coloquei na primeira opção o BCH da UFABC e na segunda as Ciências Socioambientais da UFMG. Todas elas envolvem matemática aplicada de alguma forma e está tudo bem!

Quando a gente escolhe a UFABC a gente não sabe o que é UFABC. Só quem faz sabe o que é! Porque, para começar o sistema é quadrimestral, temos 3 quadrimestres por ano, o que significa que temos 12 semanas letivas, um recesso de 15 dias e aí já começa outras 12 semanas letivas… é uma loucura!

Entrei na Universidade em junho de 2018 – porque as aulas dos ingressantes iniciam no 2º quadrimestre – e nesses 5 longos anos (graças à pandemia e seus desdobramentos) agreguei muitos conhecimentos nas mais diversas áreas, tendo em vista que os bacharelados, e agora as licenciaturas, são interdisciplinares.

E o que significa essa interdisciplinaridade? Bom, significa que a aluna(o) pode pegar QUALQUER disciplina de QUALQUER curso da UFABC 🤯

Existem créditos obrigatórios a serem cumpridos, sem eles ninguém se forma. Depois, a pessoa pode terminar a carga horária com disciplinas de curso específico ou fazer o que eu fiz, e ainda estou fazendo.

🍃

Quem faz curso de formação específica após a base interdisciplinar, termina os créditos de opção limitada com as disciplinas obrigatórias do curso específico e cumprem o restante da carga horária com as disciplinas livres ofertadas.

Entretanto, como eu já entrei na Universidade pensando em fazer mestrado, decidi ousar seguir o projeto da interdisciplinaridade e especializar na pós graduação… o que significa que não farei curso específico. Então, pego disciplinas aleatórias que eu mesma julgo importante para mim.

Como tudo na vida tem seus prós e seus contras, estou lidando com as consequências da minha escolha 🤪

Mas hoje em dia, parando para pensar, eu acho que o curso da UFMG me inspirou muito mais do que eu imaginava; apesar de acreditar, realmente, que a UFABC é perfeita para mim, considerando que minha intenção era estudar ciências exatas aplicadas.

Nessa esteira da interdisciplinaridade, peguei uma disciplina chamada Ciências Atmosféricas e gostei tanto que rendeu a segunda parte deste post! No próximo, pretendo elucidar o termo socioambiental 💚

Você sabia??

Este post é um relato do que aconteceu comigo um tempo atrás; não foi planejado porque eu achava que era bobeira falar sobre isso… mas, acabei considerando importante trazer como pauta do blog para refletirmos sobre nossa percepção de mundo…

🍃

A UFABC, em Santo André, fica à margem do Rio Tamanduateí que é canalizado e sujo – como praticamente todos os rios urbanos são.

Eu estava caminhando para a Universidade, passei pela ponte e vi uma família de capivaras no rio, parei para olhá-las um pouco na natureza – ainda que uma natureza imunda como o rio está…

Aí, uma senhora parou com a filha dela e elas começaram a conversar entre si (e eu ouvi a conversa 🤷‍♀️), estavam falando sobre a Filó que era tão bem tratada e foi alvo daquele bafafá, teve que voltar para a natureza; e olha só essas daqui (as capivaras que estavam no rio) “todas largadas nessa sujeira” (…) “olha aquela ali” – apontando uma delas que estava com um passarinho pousado nas costas.

Depois de tempinho, fomos todas embora e eu fiquei pensando sobre a conversa que eu ouvi 😏 me julgue!!

A reflexão é: Animais silvestres não devem ser mantidos como pet.
Capivaras são animais silvestres.

Logo, capivaras não devem ser mantidas como pet.

Só que a gente não entende isso. A gente não entende que o rio é o habitat das capivaras, porque ele se tornou depósito de rejeito, de lixo, nosso lixo. A gente não consegue conceber o rio como lar, como fonte de alimento, porque não estamos educados para isso. Nós compramos peixes como se eles fossem produzidos em fábricas.

🍃

Tudo isso para dizer que a domesticação é um processo biológico que leva milhares de anos. Eu não sou da área de biológicas, mas o intuito do blog é Valorar Ideias, por isso decidi trazer à reflexão esse tema.

Há indícios de que o processo de domesticação de fauna e flora começou no período neolítico. A domesticação da flora permitiu que a agricultura se expandisse, possibilitando a troca, ou comércio – se preferir, entre os povos.

Os nossos queridos cachorros – aqueles que a gente não merece – são descentes de lobos, domesticados há +- 30 mil anos. Por isso se diz: animal silvestre não é pet 🐶

Se uma pessoa quer um animal silvestre, ela precisa de autorização para manter esse tipo de animal em casa. E sim, existe legislação para isso. LEI Nº 9.605, DE 12 DE FEVEREIRO DE 1998, que Dispõe sobre as sanções penais e administrativas derivadas de condutas e atividades lesivas ao meio ambiente, e dá outras providências.

Em seu Capítulo 5 – DOS CRIMES CONTRA O MEIO AMBIENTE – Seção I – Dos Crimes contra a FaunaArt. 29: Matar, perseguir, caçar, apanhar, utilizar espécimes da fauna silvestre, nativos ou em rota migratória, sem a devida permissão, licença ou autorização da autoridade competente, ou em desacordo com a obtida: Pena – detenção de seis meses a um ano, e multa.

Enfim, o lugar das capivaras é no rio. A gente que deveria exigir que o rio fosse limpo e saudável para que o nosso meio ambiente urbano fosse mais agradável e os animais silvestres pudessem viver livremente… sobre a Filó, nem falo nada. Fica aí a reflexão para sua própria conclusão!!

Até mais!

Microplástico

Que o consumismo é a base da sociedade contemporânea, nós já sabemos. E, este post não é apenas a “parte 3” do consumo te consome; ele é, também, uma provocação…

Vem comigo 🙃

Existe uma coisa em comum em, praticamente, TUDO o que compramos. O que é? Pense um pouquinho antes de continuar a leitura…

Acertou se você pensou plástico! Sim, se você reparar, 98% (chute meu) das coisas que compramos tem plástico em sua embalagem e/ou em sua composição. E o problema disso são os microplásticos. Entretanto, apesar de ser o nome do post, não é bem sobre isso que quero falar…

Porque, quando a gente ouve sobre o problema dos microplásticos, ou assiste vídeos de tartarugas comendo sacolas plásticas, a gente acha que o problema está lá, em algum lugar longe da gente. Como se meio ambiente fosse onde a gente não está…

Porém, quem acompanha o blog sabe que ambiente é tudo e, mesmo geograficamente longe, pode, e provavelmente, nos afeta, porque o Planeta é um sistema fechado e não tem para onde sair..

Sendo assim, minha ideia foi trazer a questão plástico de um modo diferente; a partir da perspectiva econômica ou, se você preferir, a partir da perspectiva do mercado, esse ente que dita as regras do jogo, mas nunca ninguém nem viu… só é amplamente sabido quando o mercado reagiu, não gostou, aprovou… enfim. Não sei se você sabe, mas a base da economia é o petróleo!

O Reciclarte é informação!! 🤩

E os plásticos com isso? Os plásticos são derivados do petróleo e são as indústrias petroquímicas que viabilizam os processos de transformação. Como já refletimos por aqui, somos livres na proporção das opções que temos para escolha.

🍃

Há registros do petróleo nas sociedades humanas desde a antiguidade 😮 no entanto, a moderna indústria petrolífera ganhou ‘importância’ em meados do século XIX, com a revolução industrial.

E, hoje em dia, é a base do capitalismo financeirizado. Visto que está presente em coisas que nem imaginamos 😱 dá uma olhada na imagem abaixo:

Fonte: Panorama do refino e da Petroquímica no Brasil.
NOTA TÉCNICA DPG-SPT Nº 04/2018

Se você reparar nas embalagens que você tem em casa, praticamente TODAS elas tem um símbolo semelhante a esse:

Que nada mais é que o tipo do plástico da embalagem. Se você se atentar às etiquetas das roupas que, em geral, a gente compra, elas podem ser 100% poliéster. Dá um google em poliéster…

🍃

Mas claro, a ideia proposta é o da escolha sustentável, do consumo consciente… e, como refletiu Bauman, “pessoas sem dinheiro, cartões de crédito e/ou entusiasmo por compras e imunes aos afagos do marketing são consumidores falhos”, porque o valor da sociedade contemporânea está no ato de comprar, já que nunca estamos satisfeitos… e,

se você não sabe o que te satisfaz, não existe o que te satisfaça!

Sempre queremos mais, mais e mais… pessoalmente, também acredito que falte um pouco de autoconhecimento nessa história toda. Estamos tão distantes de nós mesmos que não sabemos do que precisamos; o que realmente queremos? Enquanto isso, há bilhões de pessoas no mundo sem acesso ao básico. E, assim, alimentamos a engrenagem…

“Somos como borboletas que voam por um dia e acham que é para sempre”🍃

A vida é breve! E tempo é tempo de Vida!

Enfim! Complexo e um pouco desolar… mas, seguimos firmes ✊ os artigos que deram base para esta escrita foram:

Por hoje é isso! Até mais!!

Quilombo Ivaporunduva

Este post é sobre um trabalho de campo que fiz numa disciplina da UFABC que, com ‘sorte’, peguei com uma professora que trabalha com quilombolas e este post é sobre isso…

A primeira vez que ouvi a palavra quilombola foi pelo infame ex-presidente do Brasil. Na época, eu fiquei super curiosa para saber o que eram quilombos e quilombolas, mas achei que nunca saberia a partir dos meus próprios olhos… aí, veio a Vida e me proporcionou uma experiência maravilhosa, além de esclarecedora.

🍃

De acordo com o Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (INCRA), ‘as comunidades quilombolas são grupos étnicos – predominantemente constituídos pela população negra rural ou urbana –, que se autodefinem a partir das relações específicas com a terra, o parentesco, o território, a ancestralidade, as tradições e práticas culturais próprias’.

Entretanto, historicamente, quilombos eram os lugares onde negros escravizados se reuniam em resistência ao regime escravocrata ✊

Ao visitar o quilombo, percebe-se que se trata de um modo de ser totalmente diferente do que a gente conhece. A vida se dá a partir de uma relação comunitária, na qual a identidade é comum… é como se a fluidez do mundo líquido não coubesse no sólido contexto do território onde a vida e a sobrevivência se desdobram.

Claro que isso é uma perspectiva de alguém de fora. Quem está lá, provavelmente, tem uma outra percepção de mundo… conforme o esperado.

Mas, de qualquer forma, a experiência de conhecer um quilombo e entender, ainda que limitadamente, a forma como a vida se desdobra é um tanto esclarecedor; porque os valores não são comerciais como a gente valoriza a natureza… são valores fundamentais.

O Rio tem valor em si 🌊 A Terra também 🌳

Apesar de viver num mundo capitalista que prioriza o lucro e o utilitarismo, fazendo da natureza uma commodity que só tem valor se for útil aos interesses do mercado, particularmente, eu acredito nisso também 😅

Me parece que a questão do quilombo é uma outra proposta de vida, baseada em conhecimentos que nós desconhecemos, por completo..

Esses dias, vi um post em uma das redes sociais, que falava sobre como as árvores se comunicam entre si pelas raízes, e me lembrei da palestra que tivemos na plantação de banana…

… o agricultor quilombola estava explicando como ele cuida da plantação e como que a própria planta mostra qual parte deve ser retirada para não matar as outras plantinhas… e eu CHO-CA-DA porque não tava entendendo nada.. como ele sabia tudo aquilo só de ver a planta?? 🤯

Bom, depois do post fui atrás de algum artigo para tentar entender melhor o que ocorre com as plantas. Encontrei um artigo da FAPEMAFundação de Amparo à Pesquisa e ao Desenvolvimento Científico e Tecnológico do Maranhão – e percebi que a ‘nossa ciência’ busca por conhecimentos que os povos tradicionais já sabem!

Quem não sabe sou eu, você e tantos outros de nós… os biólogos, provavelmente, sabem, porque nosso conhecimento se dá compartimentado em caixinhas de forma fragmentada, não holística. A gente asfalta margem de Rio, chama de marginal Pinheiros e luta contra enchentes…

Parabéns para nós!! 👏👏👏

Claro, preciso dizer sou a favor da ciência. Mas, ao fazer da ciência o caminho, a verdade e a vida, fazemos dela um dogma e não-paradigmática, como seu fundamento requer que seja..

🍃

Bom, me encaminhando para o final, reforço que minha percepção é de alguém de fora… apesar disso, quanto mais eu saio das minhas caixinhas, mais eu vejo que o mundo é GRANDE e eu pequena de-mais.

É aquilo que já foi abordado num outro texto: a margem do oceano do desconhecido aumenta à proporção que a minha ilha do conhecimento aumenta… isso, para mim, é viver.

Compreender que a Vida é movimento em várias direções. Não apenas do modo e no ritmo que nós conhecemos..

… porque, o que conhecemos é limitado ao contexto no qual vivemos… e isso cabe a todos, em alguma medida. Por isso considero importante sairmos das nossas caixinhas para olhar o mundo a partir de outros olhares… e o mais importante, respeitar todas as formas de ser. Porque são dignas e completas em si.

Por fim, deixo algumas dicas de leitura, caso você queira dar uma lida. Logo abaixo, seguem algumas fotos do dia que passamos por lá. Até mais e boa reflexão 🤯

Beleza sem crueldade

Este texto estava planejado desde Janeiro. Mas, adiei por inquietação.

🍃

Agora, que está pronto, já não é mais o mesmo de quando comecei a escrevê-lo… no entanto, acho que está ainda melhor, visto que foi aprovada a proibição de uso de animais em testes para cosméticos, por meio da Resolução nº 58, de 24 de Fevereiro de 2023.

Esse tipo de texto é um daqueles que eu fico toda empolgada para escrever 🤩 porque além de ser informativo é, também, um assunto que faz parte da minha vida, já que procuro, sempre que possível, comprar produtos de marcas que não testam em animais.

O porquê disso é uma looonga história… mas, desde que estudei ética e justiça, uma disciplina da UFABC, e o professor trabalhou com o livro Ética Prática, do Peter Singer, eu consegui elaborar melhor o meu porquê de ser vegetariana e procurar produtos que não testam em animais…

Resumidamente, bem resumidamente, o argumento principal do autor é que os animais têm seus próprios interesses, assim como os bebês recém nascidos os têm. Apesar da fala ainda não desenvolvida nos recém nascidos, há meios de expressar sua dor, ou suas necessidades, assim como os animais o fazem, cada um a seu modo.

Então, o autor propõe a igualdade de interesses que seria a indesejabilidade de sentir dor. Quer dizer, não há ser vivo no mundo que queira sentir dor… a não ser que seja um masoquista; mas, vamos admitir a hipótese de que ninguém quer sentir dor 🙃

Por isso não é razoável que um ser senciente, com capacidade de sentir, de entender ou de perceber algo por meio dos sentidos, seja usado como meio para fins que não se justificam.

Além disso, o tema “beleza” é um negócio que dá altos lucros no mundo corporativo e só quem vive em busca de novidades – como eu – sabe o quanto de produtos anti-aging existe à venda 🤯 eu fico boba com a quantidade de produtos antienvelhecimento.

Pessoalmente, acho que é necessário se cuidar para envelhecer bem e não ‘não envelhecer’ 🤔 enfim.

Bom, me encaminhando para o fim, afirmo que a resolução, mencionada no início do texto, proíbe o uso de animais em pesquisas científicas de produtos de higiene pessoal, cosméticos e perfumes (Agência Senado).

No que diz respeito a medicamentos, os animais continuam cobaias.
⌛ um passo de cada vez…

Não pretendo falar dos meus porquês de não comer carne por aqui.. mas, gostaria apenas de deixar para reflexão uma fala da Monja Coen que uma vez ouvi e nunca mais esqueci: “sou vegetariana porque estou num lugar que possibilita tal escolha” (…)

e a Vida é, antes de tudo, uma escolha 🫶

Bom, segue umas fotinhos da minha rotina skincare 100% cruelty free e parcialmente vegana…

#Dica do Reciclarte: Baixe o app Bunny Free para veficiar quais empresas não testam em animais.

Por hoje é isso. Até mais!!