e-lixo?!

Nos dias 4 e 5 de Dezembro (2020), a cidade de Santo André (minha cidade natal) promoveu um drive-thru para descarte de REEE – Resíduos de Equipamentos EletroEletrônicos.

A iniciativa aconteceu em parceria com a Green Eletron e recolheu mais de 8 toneladas de resíduos eletroeletrônicos. Impressionante, né?!

Se você acompanha o blog, já sabe que escrevi sobre o impacto da obsolescência programada e como tal ação afeta a geração e o descarte de lixo eletrônico, além da pressão que exerce sobre a extração dos recursos naturais.

Ao pesquisar para escrever este post, me deparei com o decreto Nº 10.240/2020 que estabelece normas para a implementação de sistema de logística reversa obrigatória de produtos eletroeletrônicos de uso doméstico e seus componentes. QUE MÁXIMO!! No decreto há a relação dos produtos eletroeletrônicos elegíveis à logística reversa.

Em continuação à minha pesquisa, descobri que para Green Eletron Eletrônico não é Lixo! E claro, gostei tanto que virou este post especial para você! Não é de hoje que venho aqui escrever sobre resíduos, rejeitos, logística reversa, reciclagem, enfim.

Se você quiser saber um pouco sobre esses termos, recomendo que você leia o lixo que a gente joga fora 😉

O objetivo deste post é divulgar a logística reversa em ação. Incrível, né?!

A preocupação com a sustentabilidade vem ganhando espaço nos debates públicos sérios e a Green Eletron nasceu para destinar de forma ambientalmente correta o chamado ‘e-lixo’, que na verdade não é lixo; ao contrário, pode ser uma forma de geração de empregos e renda, se destinado da forma correta.

O Semasa, na cidade de Santo André, já disponibiliza estações de coleta e, devido à pandemia, implantou o modelo drive-thru que foi um verdadeiro sucesso! Segundo o diretor de resíduos sólidos do Semasa, Edi Ferreira dos Santos:

“Logo no primeiro dia nós já tínhamos ultrapassado o número de participantes das duas edições anteriores juntas. Como tivemos um retorno positivo deste formato de ação, vamos realizar o drive-thru duas vezes por ano”.

Foram mais de 600 residentes de Santo André que passaram pelo drive-thru, que além de arrecadar mais de 8 toneladas em equipamentos velhos ou sem uso, também recolheu 165 kg de pilhas, o que equivale aproximadamente 9,75 mil unidades, em estimativa 😲

Eu, obviamente, levei os resíduos eletroeletrônicos aqui de casa e recomendo fortemente que você faça o mesmo!

Encontre o ponto de coleta mais próximo de você e não se esqueça de verificar o que pode ser descartado.

Também é possível verificar no site da Associação Brasileira de Reciclagem de Eletroeletrônicos e Eletrodomésticos onde você pode descartar seu resíduo e não se esqueça de verificar o que pode ser descartado 😉

De qualquer forma, esteja onde estiver, sugiro que procure a prefeitura de sua cidade ou alguma associação de logística reversa/reciclagem para se informar sobre postos de coleta e jamais se esqueça:

#EletronicoNaoELixo, compartilhe essa ideia! Tchau!

Obsolescência, você sabe o que significa?

Quando compramos uma coisa que queremos muito, ficamos felizes, certo? Certo! E é natural que seja assim. No entanto, conforme a gente vai se acostumando com a sensação de felicidade proposta por essas compras, essas compras vão deixando de nos satisfazer. E assim entramos num ciclo de compra e descarte sem fim!

O que não nos é dito, é que existe todo um mecanismo para nos fazer desejar novos produtos, seja o modelo mais novo ou o modelo antigo que ficou mais lento…

Todo produto possui uma vida útil que é determinada por três fatores: composição física, funcionalidades e percepção de utilidade. É claro que tudo se torna obsoleto um dia; entretanto, nem sempre a obsolescência de determinados produtos ocorre de forma natural. Essa obsolescência ‘não natural’ se chama obsolescência programada.

Isso mesmo! Programada.

Ao buscar a palavra obsolescência no Dicio, dicionário on-line, ele nos dá duas definições: (1) substantivo feminino que significa ‘estado do que está prestes a se tornar inútil, ultrapassado ou obsoleto; (2) em economia: limitação ou redução da vida útil de um mecanismo, objeto ou equipamento, pelo aparecimento de outros superiores ou novos.

A obsolescência programada reduz propositalmente o tempo de vida de um produto, criando a necessidade de adquirir um produto novo em seu lugar, podendo ocorrer em três aspectos: obsolescência de função, obsolescência psicológica e a obsolescência de qualidade (eu não vou especificar os três aqui, mas deixarei a referência no final do post).

Tal prática está associada ao avanço e à inovação tecnológica. Já parou para pensar no impacto ambiental que a obsolescência programada tem sobre os recursos naturais? Além da extração predatória da natureza, pense na geração de resíduos provenientes da obsolescência acelerada provocada pela inovação… Sabe aquele lixo que não é rejeito?

Não existe preocupação em reconduzir produtos para a reciclagem, por meio, por exemplo, da logística reversa, o que poderia reduzir a demanda por recursos naturais. Além disso, segundo a ONU News (2019), o mundo produz cerca de 50 milhões de toneladas de e-lixo por ano e apenas 20% desse lixo é reciclado.

Na verdade, a parte do mundo que tem acesso à inovação tecnológica gera cerca de 50 milhões ton/ano de e-lixo.

Segundo a mesma fonte, existe um movimento ilegal de transferência do lixo eletrônico das nações desenvolvidas para os países em desenvolvimento. Países da África recebem containers cheios de e-lixo, os quais são considerados resíduos perigosos, com potencial de contaminação de pessoas e do ambiente.

Países que recebem esses e-lixo são conhecidos como ‘cemitérios de eletrônicos’ e, eu arrisco dizer que, essas populações não geram lixo eletrônico como as populações do mundo desenvolvido. Mas, vamos voltar à produção.

Imagine se as coisas durassem por muito tempo, respeitando a vida útil do produto e sua obsolescência natural… Imagine se todas as lâmpadas fossem iguais a Lâmpada Centenária, que está acesa desde 1901…

É possível concluir que a obsolescência programada faz parte da estrutura da produção capitalista? Quanto mais se inova, mais lucro se obtém. Se os produtos não tivessem seu tempo de vida útil reduzido artificialmente, as indústrias não teriam que fabricar novos produtos em tão pouco tempo. Calma!! Nem tudo é papo é comunista 😉

Talvez, fosse possível apenas aumentar o tempo de vida útil dos produtos para fazer com que a extração dos recursos naturais não seja tão intensiva. Ou então, regulamentar a produção, impondo a logística reversa, visando reintroduzir os materiais de volta ao processo produtivo e, assim, diminuir potencialmente a demanda por matéria prima. Enfim! Valorando Ideias…

Já me encaminhado para o fim, deixo a seguir algumas fontes, caso você queira se aprofundar um pouco no assunto.

Documentário: Obsolescência Programada – The Light bulb Conspiracy – Documentário Dublado

Monografia do João Víctor Borges Silva, apresentada como requisito parcial para obtenção do título de bacharel em Direito pela Faculdade de Ciências Jurídicas e Sociais – FAJS do Centro Universitário de Brasília (UniCEUB)

Para terminar, duas reportagens que falam sobre a Apple, a gigante em high tech que nega se utilizar da obsolescência programada, mas vai pagar alguns milhões de dólares por deixar aparelhos antigos mais lentos…

Tecmundo: Apple diz que obsolescência programada é a “coisa mais louca do mundo”

Exame: Apple vai pagar US$ 113 milhões por deixar iPhones antigos mais lentos

Não fique triste, caso você tenha se sentido enganado, enganada! Saiba que você não está só… Compartilhe com o máximo de pessoas que você puder e até mais!

O que fazer?

Para começar, gostaria de falar que este post foi inspirado no carro do óleo que passa na minha rua, Rodrigues Coleta de Óleo… Me lembrou que desde o curso técnico (2012/2013) comecei descartar o óleo usado da forma ambientalmente correta. Mas, por que não jogar no ralo da pia?

Porque os óleos são considerados resíduos perigosos, tanto para o meio ambiente como para a saúde pública; podendo ser, inclusive, um crime ambiental, se descartado de forma ambientalmente errada.

De acordo com a LEI Nº 9.605, DE 12 DE FEVEREIRO DE 1998, em sua seção III – da poluição e outros crimes ambientais -, no parágrafo 2º, inciso V, se o crime é lançamento de resíduos sólidos, líquidos ou gasosos, ou detritos, óleos ou substâncias oleosas, em desacordo com as exigências estabelecidas em leis ou regulamentos, a pena é a reclusão, de um a cinco anos.

Meio chocante, né?! 😲

Água e óleo não se misturam porque os óleos são insolúveis em água. Assim, não são biodegradáveis, o que significa que levam muito tempo para se diluir no ambiente. E o que acontece quando descartamos óleo usado no ralo da pia?

Contaminamos milhares de litros de água!! Se jogado no solo, mata a vegetação e os microorganismos, destruindo o húmus, causando infertilidade da área, podendo até atingir o lençol freático. Se jogado no esgoto, compromete o funcionamento das estações de tratamento de esgoto, podendo chegar a causar a interrupção do funcionamento desse serviço essencial.

Segundo a SABESP – Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo -, 1 litro de óleo pode contaminar até 25 mil litros de água. Isso porque suas substâncias não se dissolvem na água e, quando despejadas nos recursos hídricos, causam descontrole do oxigênio e a morte de peixes e outras espécies. Além de entupirem a tubulação.

No entanto, os óleos são necessários para o consumo humano, no que tange à alimentação, e existem diversos tipos. Óleo de milho, canola, coco, girassol, oliva, além da soja que é o mais utilizado pela população. O meu preferido é o óleo de coco que só fica líquido quando a temperatura está acima dos 25º, senão fica pastoso. Acho incrível como a natureza é perfeita!

A destinação final desses produtos ainda não existe em definitivo, mas há caminhos pelos quais podemos optar. O ideal é procurar um posto de coleta próximo, ou entrar em contato com o carro do óleo que passa aqui na minha rua; quem sabe ele não passa aí na sua também??

Faça a doação dos resíduos!

Nesse link você encontra um posto de coleta próximo de você. E o mais legal, para QUALQUER resíduo! Se você preferir, dá para fazer sabão em casa com o óleo usado; a receita você encontra aqui.

Se você quiser saber mais, dê uma olhada nesse artigo do Instituto Akatu. A base para minha escrita, além do conhecimento técnico em meio ambiente, foi este artigo: A questão do descarte de óleos e gorduras vegetais hidrogenadas residuais em indústrias alimentícias. Se você quiser saber um pouco mais sobre resíduos perigosos, você pode ler esse meu post.

E eu vou ficando por aqui! 🙂 Compartilhe com seus amigos e até a próxima!