Post de inquietação com cara de reflexão de fim de ano! Talvez, o fim de ano seja simbólico… 🍃
2020 e 2021 foram anos muito intensos pra mim; (particularmente, 2021 foi extremamente frustrante…) e tudo o que é muito intenso e frustrante tende a se tornar desgastante… Então, decidi seguir meu coração… rever minhas prioridades e tentar me achar, em que altura da estrada estou…
No início de 2022 volto com conteúdos inéditos e o primeiro será sobre cidades arborizadas… Vamos à reflexão de hoje…
Fui tutora de um cachorro chamado Dengoso. Ele foi adotado de uma ONG onde eu fui voluntária… na época da adoção, ninguém em casa queria um cachorro, então eu disse que seria ‘lar temporário’.
O lar temporário durou 11 anos; com todas as regalias possíveis… e sim, eu tentei mudar o nome dele. Primeiro eu tentei Legolas, mas ele não atendia… depois tentei Dobby (eu achava que ele parecia um elfo), mas ele também não atendeu…
Ficou Dengoso mesmo. Dengo para os íntimos! 🐩
Em sua velhice cuidei como sujeito – segundo as palavras de um querido amigo; que é o que ele era. Um sujeito. No uber, a caminho do veterinário, com o corpinho já sem vida (ele morreu no meu colo, em casa), o motorista ficou impressionado com a forma que eu o segurava. Ué, é um ser vivo. Deve ser tratado como um ser vivo.
Relativamente simples… 🍃
O que me impressiona é o descaso com o qual tratamos a vida alheia; seja de animais, pessoas… ‘pessoas de rua’ (aqui cabe dizer, pessoas em SITUAÇÃO de rua), os velhos da família que ninguém tem intenção de cuidar, mas com certeza lamentará a morte…
Não se respeita a vida. Mas, lamenta-se a morte! Enfim. Eu sempre me senti deslocada num mundo que não me cabe.
Quando eu fazia análise, vivia dizendo: ‘e se’… E se a vida fosse de outro jeito, as pessoas, o mundo, eu mesma, minha história.. Uma vez meu terapeuta me disse: “Dani, na vida não existe ‘e se’, a vida é o que é” (…) e a gente lida com o que é.
Foi assim que entendi o mundo da vida do Nietzsche – um dos meus filósofos preferidos… 🤷♀️
Assumir as rédeas da própria vida, sem terceirizar responsabilidades e viver no mundo da vida, é difícil. Mas é sempre a melhor escolha. Me fiz, refiz, escolhi e lidei com todas as consequências das minhas escolhas e, claro, das minhas não escolhas.
Viver é isso. Movimento. Ação. Movimentação!!
🌸
Não se impressione com a forma como eu decidi viver. É como eu acredito que vale a pena existir.
Se impressione com a forma como o desamor e o descaso permeiam nossas vidas e a gente aceita como se a vida fosse qualquer coisa que o dinheiro compra.
“Não se preocupe em entender, viver ultrapassa qualquer entendimento”
Eu estou cansada, frustrada e me restabelecendo. Decidi me priorizar; priorizar minha vida, descanso e em sequência meus projetos.. Que venha 2022. Com todos os recomeços dos lutos pelos quais passei (passamos), nesses últimos tempos…
Bom fim de ano!