{"id":1848,"date":"2021-03-13T11:27:17","date_gmt":"2021-03-13T14:27:17","guid":{"rendered":"https:\/\/valorandoideias.com\/?p=1848"},"modified":"2024-02-11T10:23:46","modified_gmt":"2024-02-11T13:23:46","slug":"receita-para-epidemias-e-pandemias","status":"publish","type":"post","link":"https:\/\/valorandoideias.com\/receita-para-epidemias-e-pandemias\/","title":{"rendered":"Receita para epidemias e pandemias?"},"content":{"rendered":"\n

De acordo com alguns especialistas, sim; fabricamos epidemias e pandemias… neste post, pretendo te contar o porqu\u00ea…<\/p>\n\n\n\n

Ao longo da hist\u00f3ria da humanidade, os seres humanos foram se adaptando ao ambiente e domesticando plantas e animais. Nesse processo, os organismos evolu\u00edram adaptando-se uns aos outros, cada um em seu ‘espa\u00e7o’ natural: os animais selvagens nas matas e os seres humanos nas ‘\u00e1reas urbanas’. <\/p>\n\n\n\n

No entanto, ao longo dos anos, os seres humanos foram se deslocando para outras \u00e1reas… o final do s\u00e9culo XX evidencia esse movimento de expans\u00e3o da humanidade, visto que foi marcado pela acelerada integra\u00e7\u00e3o dos sistemas econ\u00f4micos nacionais \u00e0 uma din\u00e2mica global.<\/p>\n\n\n\n

Tal din\u00e2mica facilitou muitos processos, inclusive, a mobilidade das pessoas e de mercadorias entre pa\u00edses \ud83c\udf10 antes da metade do s\u00e9culo XX n\u00e3o era poss\u00edvel ir para o outro lado do Planeta em algumas horas com apenas um voo… <\/p>\n\n\n\n

Entretanto, essa mudan\u00e7a no eixo do mundo trouxe consigo consequ\u00eancias proporcionais. <\/p>\n\n\n\n

Quanto mais aumenta a popula\u00e7\u00e3o<\/em>, mais necessidade de alimentos, sa\u00fade, educa\u00e7\u00e3o, \u00e1gua pot\u00e1vel… as oportunidades, em geral, est\u00e3o nos grandes centros, causando assim adensamento urbano<\/em>; e tudo isso leva \u00e0 press\u00e3o sobre o meio ambiente<\/em> em busca de recursos naturais<\/a>.<\/p>\n\n\n\n

E as epidemias\/pandemias com tudo isso? Relativamente f\u00e1cil responder essa pergunta… vem comigo! \ud83d\ude43<\/p>\n\n\n\n

As sociedades contempor\u00e2neas optam por produzir de forma pouco sustent\u00e1vel<\/a>; desde a padroniza\u00e7\u00e3o de culturas de alimentos at\u00e9 a cria\u00e7\u00e3o de animais<\/a> de forma industrializada… dois problemas a serem explorados…<\/p>\n\n\n\n

Para padronizar as culturas \u00e9 necess\u00e1rio desmatar grandes \u00e1reas. Essas \u00e1reas desmatadas s\u00e3o, na verdade, morada de animais silvestres que perdem o lar e, assim, os que sobrevivem migram para outros lugares.. <\/p>\n\n\n\n

Segundo a m\u00e9dica espanhola Mar\u00eda Neira, “70% dos \u00faltimos surtos epid\u00eamicos que sofremos t\u00eam sua origem no desmatamento e nessa ruptura violenta com os ecossistemas e suas esp\u00e9cies”<\/a>.<\/p>\n\n\n\n

Al\u00e9m dela, o pesquisador norte americano Mike Davis publicou, em 2005, seu livro o monstro bate \u00e0 nossa porta – a amea\u00e7a global da gripe avi\u00e1ria<\/strong>, no qual ele relata a possibilidade de uma pandemia causada pela forma de cria\u00e7\u00e3o de animais para abate.<\/p>\n\n\n\n

Na tabela 7.2 de seu livro, ele detalha os surtos de H5 e H7 (nomenclaturas das gripes; exemplo: H1N1; H5Nx; H7Ny…) que ocorreram nos EUA a partir de 1997. Reproduzi a tabela abaixo:<\/p>\n\n\n\n

Ano<\/strong><\/td>V\u00edrus<\/strong><\/td>Local<\/strong><\/td><\/tr>
1997<\/td>H7N3<\/td>Utah<\/td><\/tr>
1997-98<\/td>H7N2<\/td>Pensilv\u00e2nia<\/td><\/tr>
2000<\/td>H7N2<\/td>Fl\u00f3rida<\/td><\/tr>
2001<\/td>H7N2<\/td>Pensilv\u00e2nia, Maryland, Connecticut<\/td><\/tr>
2002<\/td>H7N2<\/td>Shenandoah Valley, Nova York, Nova Jersey<\/td><\/tr>
2002<\/td>H5N3<\/td>Texas<\/td><\/tr>
2002<\/td>H5N2<\/td>Nova York, Maine, Calif\u00f3rnia<\/td><\/tr>
2002<\/td>H5N8<\/td>Nova York<\/td><\/tr>
2002<\/td>H5N1<\/td>Michigan<\/td><\/tr>
2003<\/td>H7N2<\/td>Connecticut, Rhode Island<\/td><\/tr>
2003<\/td>H7N2<\/td>Infec\u00e7\u00e3o humana em Nova York<\/td><\/tr>
2004<\/td>H5N2<\/td>Texas<\/td><\/tr>
2004<\/td>H7N2<\/td>Maryland, Delaware, Nova Jersey<\/td><\/tr><\/tbody><\/table>
Livro: O monstro bate \u00e0 nossa porta<\/strong>. P\u00e1gina 117<\/figcaption><\/figure>\n\n\n\n

Parece mentira, n\u00e9? Mas n\u00e3o \u00e9. A seguir algumas reportagens de animais que foram sacrificados em grandes quantidades por serem um risco \u00e0 sa\u00fade p\u00fablica<\/a>. A primeira reportagem \u00e9 de 2005, o mesmo ano que o livro de Davis foi publicado.<\/p>\n\n\n\n

Aves sacrificadas<\/a>; Gripe avi\u00e1ria reaparece nas Filipinas e na Alemanha<\/a>; Dinamarca abate 25.000 aves de cria\u00e7\u00e3o ap\u00f3s primeiro surto de gripe avi\u00e1ria<\/a>. Al\u00e9m da gripe su\u00edna<\/a>, que foi considerada a primeira pandemia do s\u00e9culo XXI e seu v\u00edrus est\u00e1 entre n\u00f3s at\u00e9 hoje… <\/p>\n\n\n\n

Em 2020-21 o mundo conheceu a COVID-19, que tamb\u00e9m \u00e9 causada por um v\u00edrus de origem zoon\u00f3tica e n\u00e3o h\u00e1 garantias de que n\u00e3o venham outros v\u00edrus por a\u00ed… ao contr\u00e1rio, quanto mais adentrarmos os espa\u00e7os naturais, mais os animais, e a natureza de um modo geral, ficar\u00e3o sob press\u00e3o, caracterizando, inclusive, a perda da biodiversidade…<\/p>\n\n\n\n

Me encaminhando para o final, deixo um texto mais acad\u00eamico, caso voc\u00ea queira se arriscar e, detalhe, foi publicado em 2009, mais de uma d\u00e9cada atr\u00e1s… Gripe avi\u00e1ria: a amea\u00e7a do s\u00e9culo XXI<\/a>.<\/p>\n\n\n\n

Para terminar, deixo para reflex\u00e3o um trecho do pref\u00e1cio do livro de Davis: <\/p>\n\n\n\n

\n

“As grandes epidemias, como as guerras mundiais e as fomes coletivas, massificam a morte, tornando-a um evento al\u00e9m de nossa compreens\u00e3o emocional (…) ningu\u00e9m deplora por uma multid\u00e3o nem lamenta \u00e0 beira do t\u00famulo de uma abstra\u00e7\u00e3o”.<\/p>\n<\/blockquote>\n\n\n\n

Compartilhe! E at\u00e9 mais \ud83d\udc9a<\/p>\n\n\n\n

*Nos primeiros 15 dias de janeiro de 2024 foram registrados 472 casos de acidentes com animais venenosos, como escorpi\u00f5es, aranhas marrom e armadeira, serpentes, entre outros. Para a m\u00e9dica veterin\u00e1ria Gisele Freitas, do Centro de Vigil\u00e2ncia Epidemiol\u00f3gica, \u201cFatores como o aumento da urbaniza\u00e7\u00e3o, desmatamento, turismo ecol\u00f3gico e altera\u00e7\u00f5es clim\u00e1ticas podem estar relacionados ao crescimento de casos. O aumento da oferta de detritos alimentares proporciona um ambiente ideal para a prolifera\u00e7\u00e3o de roedores e baratas, que por sua vez possibilita aumento do n\u00famero de serpentes, escorpi\u00f5es e aranhas em conv\u00edvio mais pr\u00f3ximo com o ser humano\u201d (Fonte da informa\u00e7\u00e3o: Ag\u00eancia Brasil – S\u00e3o Paulo). Leia mais aqui<\/a>.<\/p>\n\n\n\n

*Atualiza\u00e7\u00e3o em 11\/02\/2024<\/strong><\/p>\n","protected":false},"excerpt":{"rendered":"

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